quarta-feira, 3 de maio de 2023

VA3B premiada!


 A turma VA3B da Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora, orientada pela professora Deolinda Porto, obteve com o texto "A vida de uma gaivota" o 2º prémio ex-aequo em Texto Original do concurso Uma Aventura... Literária 2023, anualmente organizado pela Editorial Caminho. Muitos parabéns aos jovens escritores e à sua professora!

A vida de uma gaivota

Antes demais, permitam que me apresente, o meu nome é Pipoquinhas, sou uma gaivota d 'asa-escura, conhecida em todo o mundo por Larus. A minha plumagem do dorso é cinzento-escuro, tenho a cabeça e o peito brancos, as patas amarelo-pálido e o meu bico é amarelo com uma pinta vermelha. Vivo numa vila muito bonita da costa de Portugal, em Vila Praia de Âncora.


Aos quatro anos conheci o meu parceiro, o Lourinho, e juntos criamos uma família no telhado de uma linda escola onde se ouve os risos das crianças. Às vezes, elas ficam a olhar os nossos voos e não sei por que motivo, até juntam as mãos e batem uma na outra, especialmente quando estamos a planar com a ajuda do vento.  Posso dizer que são um bocadinho estranhos estes pequenos seres.


Os meus dias são passados num bando a perseguir os pequenos barcos de pesca ou então na praia esperando pacientemente as sobras da pescaria. No entanto, às vezes a pescaria não chega, mas não desespero, pois sei onde encontrar comida saborosa, no lixo do Homem à verdadeiras iguarias.


Um dia não morri por pouco, não sei bem a razão, mas coloco a minha cabeça em todo o lado, ando sempre a metê-la nas papeleiras da escola e nos contentores do lixo. Nesse dia estava eu planar quando vi algo a reluzir dentro de um caixote, não consegui aguentar a curiosidade e fui espreitar. Hum...tinha um aspeto delicioso, abri o meu bico e engoli. De repente não conseguia respirar, o meu corpo caiu no chão, olhei o céu azul, pensei que nunca mais iria sentir o sopro do vento nas minhas asas, que não voltaria a ver o mar e umas gotas de água brotaram dos meus olhos. Nesse momento, senti umas mãos pequenas a pegar em mim, outras mãos abriram-me o bico com muito cuidado e lembro-me de ver um objeto estranho metalizado a ser introduzido na minha garganta. Passado uns segundo, sinto um alivo, o ar começa a circular e pensei “estou viva”.


Não sei exatamente o que quase me tirou a vida, ouvi umas vozes a pronunciar a palavra plástico. Mas uma coisa vos digo, nunca mais coloquei a minha cabecinha em lado nenhum. Hoje em dia, posso dizer que tenho uma alimentação saudável, pesco peixes na água no mar e pouso nas rochas onde encontro verdadeiras preciosidades, mexilhões, caranguejos, estrelas-do-mar…

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